Notícias do Front: Maio de 2023 com o Edukhan
- Daniel Jezini

- 8 de ago. de 2024
- 3 min de leitura
Maio já foi? Nem vi.... férias e uma cirurgia para realização de desdesvio de septo aceleraram o mês. Respiro, enfim. Ainda bem que o Edukhan depende pouco de mim para rodar a esta altura. A obra em nossa sala na Casa de Ismal segue bem. Nesse momento os móveis e a marcenaria devem estar quase prontos. Yay.
Enquanto isso, a Camila ocupa uma sala provisória e o jogo continua. Era para estarmos em velocidade de cruzeiro nesse momento, maaaassssss.... temos greve de professores da rede pública no DF.
Com isso, menos alunos vão à escola. No caso da Casa de Ismael, que recebe os alunos que mais precisam, a frequência caiu de 15 estudantes por dia pra 2 ou 3. Sem entrar no mérito da greve, dado que são muitos anos sem qualquer reajuste, a corda vai estourando do lado de sempre. Há de passar. Sempre passa.
Na outra frente, na escola do Guará, em torno de vinte alunos continuam indo e participando, embora seja pouco mais da metade quando comparado a tempos normais.
Nosso Voluntário 01, o primeiro de todos e “sócio” na jornada, chama-se Vinicius Pessoa (de pé, na foto). Ele é formado em química pela UNB e havia feito concurso para professor substituto da Secretaria de Educação, mas ficara fora das vagas. Além disso, ele havia escolhido a área central, onde mora.
Ocorre que a fila dos aprovados começou a andar. Eventualmente, ele foi chamado para dar aula. Só havia um problema com esse chamado, pois que a vaga não seria na região que ele havia escolhido. Sendo assim, em vez de uma convocação, foi mais como um convite. Será que ele toparia dar aula numa escola de ensino médio no Guará?
E assim, nosso Vinícius, o primeiro colaborador do Edukhan, está dando aulas justamente na escola em que já havíamos feito um piloto com sucesso! Papai do céu sorriu, de novo, pra nós. Como resultado, além de oito turmas regulares, ele recebeu a oportunidade de ministrar duas disciplinas eletivas com a testada metodologia da plataforma Khan Academy - o nosso Edukhan.
Situação ideal, não? Não... ocorre que o laboratório de informática está sempre ocupado com aulas de robótica - e antiguidade é posto. O que fazer? Obviamente, não teríamos chegado tão longe para desistir só por causa da mera ausência completa de meios.
Disparei algumas mensagens esperançosas e levantamos algumas doações, as quais eventualmente viraram cinco computadores. Viabilizamos o projeto com essas máquinas, mais os celulares dos próprios alunos! Assim, finalmente eles participam de uma aula em que podem ficar o tempo todo no celular. ha ha ha
Perfeito? Longe disso... mas temos o mínimo necessário para seguir adiante. Não é porque a uma porta se abriu que o jogo está ganho. Estive lá semana passada. Foi bonito de ver a turma concentrada e estudando. A maioria interessada e animada, alguns outros… nem tanto. Sempre soubemos que botar a turminha pra aprender é nadar contra a maré. Se fosse a favor do fluxo, qualquer um faria, né? Ainda está no começo e seguimos aprendendo.
Ao menos, com a greve, podemos usar os computadores do laboratório sem concorrência. uhuuu.
A ideia é montarmos uma sala completa para o Edukhan e, quem sabe, expandirmos o projeto para português e ciências, usando assim todo o potencial da plataforma.
Para isso, só precisaríamos de mais 15 computadores, apoio da diretoria, adesão dos professores, novos voluntários, mais treinamento etc. Mole . São muuuuitas turmas nessa escola. Acho que dá pra fazer uma bagunça boa.
Depois, quando o modelo funcionar e os resultados forem devidamente medidos, é “só” escalar exponencialmente. Parece loucura e é, mas só assim podemos avançar na confiança dos ignorantes.



Comentários